10/30/2006

Frida Kahlo & Diego Rivera



Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón
nasceu em 1907,no México. Sua vida foi marcada por
tragédias, as quais retratou em suas magníficas
obras. Aos 6 anos contraiu poliomelite, o que a
deixa coxa. Na adolescência, quando passeava,
um bonde a atropelou. Por causa deste episódio,
Frida passou por inúmeras cirurgias, que culminaram
em fazê-la pintar durante a convalescença.

Mais tarde,conhece e se apaixona por Diego Rivera,
um dos maiores pintores mexicanos e um dos
protagonistas do muralismo mexicano, juntamente
com Orozco e Siqueiros.Rivera revela-se empenhado
politicamente. A sua militância comunista reflete-se
claramente nas temáticas da sua pintura. Rivera
pinta o povo índio em toda a sua dimensão social
e histórica, de uma forma profundamente idealista
e utópica. Em termos formais "...os trabalhadores
das suas obras ainda revelam as suas influências
clássicas. Inicialmente pintadas de uma forma
bi-dimensional, as suas figuras "ganharam corpo",
tendo em conta os afrescos italianos da Renascença
e as suas próprias experiências cubistas".

A vida de Frida e Diego é extremamente tumultuada.
Diego sempre manteve casos extraconjugais e Frida
compensava as traições do marido com amantes.
A maior dor de Frida, além da dor por Diego não lhe
ser fiel, era a impossibilidade de ter filhos
(embora tenha engravidado uma vez, as
sequelas do acidente sofrido, impossibilitaram-na
de levar a gestação até o fim), o que fica claro
em muitas de suas obras.



A aparente brutalidade de Diego faria a mãe de
Frida comentar (desgostosa com a união dos dois)
"É o casamento de um elefante com uma pomba".
A honestidade bonacheirona do muralista também
não se faz visível, no instante em que ele pediria
a mão da intrépida retratista, prometendo não
"fidelidade" mas sim "lealdade".
Prometendo e não cumprindo, Rivera, nos seus
arroubos de mujeriego, não perdoaria nem mesmo
a irmã de Frida, Cristina. Ou na ocasião em que
a jovem artífice aborda o consagrado artista e
lhe pede uma opinião sincera sobre suas telas.
Diego, no melhor estilo fatalista-vocacional,
sentencia: "Se você for pintora de verdade,
nunca vai conseguir parar de pintar,
vai pintar até morrer". Ao que Frida retruca :-
"Mas eu preciso trabalhar para sustentar meus pais
(eis a família aí, novamente) e, se não for boa o
suficiente, preciso me dedicar a outra profissão".
Lógico que era ótima. Tanto que o surrealista
André Breton viria ao México implorar para que
expusesse em Paris; o Louvre aceitaria uma pintura
de Frida. (A primeira da América Latina);
e os Estados Unidos a homenagearam com um selo
comemorativo (o primeiro dedicado a uma mulher
hispânica).


Mas Frida se faria célebre antes que a
consagração a alcançasse, (apenas na década
de 80 do século XX). Aqui nos reportamos ao tempo
em que, já separada de Diego,abrigaria na Casa Rosa
(hoje Casa Azul), um refugiado ilustre, Leon Trotski.
Para quem, antes dos 20 anos, discutia o viés
político de Hegel (tendo passado por Marx) e lia
Schopenhauer, alternando-o com Spengler,
fluentemente, a visita de um dos heróis da
revolução russa tinha algo de grandiloqüente.

No fim, casou uma segunda vez com Rivera,
que seguiu venerando-o.
Participa da primeira exposição de sua obra
em seu próprio país, onde um Diego comovido
reconhece a companheira como "o maior
acontecimento de sua vida". Cada vez mais
debilitada, Frida chama Diego, no meio da noite,
e o presenteia com um anel por seus 25 anos
de casados (contabilizando idas e vindas).
Rivera, sem entender, reagiria dizendo que a data
não era exatamente aquela, faltavam duas semanas,
mas Kahlo insistiria em festejar suas bodas de prata.
De algum modo, sabia que não lhe restava muito
mais, falece naquela mesma noite, a 13 de julho
de 1954 de embolia pulmonar.

A última frase do seu diário :- "Espero alegre a
saída - e espero nunca mais voltar - Frida".

Talvez Frida não suportasse mais.

Frida sempre pintou a si mesma, suas angústias,
suas vivências, seus medos e principalmente seu
amor por Diego Rivera.

"Eu me pinto porque estou muitas vezes sozinha e
porque sou o assunto que conheço melhor".
(Frida Kahlo)

Os seus quadros refletiam o momento pelo qual
passava e, embora fossem bastante "fortes",
não eram surrealistas como Frida mesmo disse:-
"Pensaram que eu fosse surrealista, mas nunca
fui. Nunca pintei sonhos, só pintei minha
própria realidade". (Frida Kahlo)


"La tragedia es lo más
ridículo que tiene ?el hombre?
pero estoy segura, de que los
animales, aunque ?sufren?,
no exiben su ?pena?
en ?teatros? abiertos, ni?
cerrados? (los ?hogares?).
Y su dolor es más cierto
que cualquier imagen
que pueda cada hombre
representar? o sentir
como dolorosa".
(Diário de Frida Kahlo)

Referências:-
Lowe M. Sarah. O Diário de Frida Kahlo.
Editora José Olympio.


Frida Kahlo deixou um diário que foi
publicado no Brasil pela Editora José
Olympio com introdução de Carlos Fuentes,
cometários de Sarah M. Lowe, e tradução de
Mário Pontes. Eu indico a todos que
adquiram essa obra pois é riquíssima em
todos os aspectos. Em que se conhece, uma
Mulher Genial, que foi um dos expoentes da
sua geração, que deixou um legado enorme,
e também se conhece o amor que regia
Frida Kahlo. Uma mulher fortíssima,
uma guerreira, que soube retratar as
dores que lhe foram imputadas,
com uma beleza rara.
(By Daniele Vasques)

Eu fiz com muito carinho, com muito respeito
e com muita admiração esta página sobre
Frida Kahlo. E procurei ser plenamente
fiel na tradução ao que Frida escreveu.
Para quem queira ver alguns esboços
e trechos do Diário de Frida Kahlo,
bem como alguma das suas pinturas,
basta clicar abaixo:-

----------> Frida Kahlo <----------

Este Post eu dedico a todos os amantes da arte.
Dedico a todos que confraternizam comigo
diariamente, construíndo uma amizade permeada
por tudo que há de melhor.
E Dedico ao Amigo e Artista Tó Luis do
Blog Galeria De Pintura Tó Luis.

E quero fazer um agradecimento especial
a minha amiga, a uma pessoa de uma
generosidade ímpar, a Regina, do Blog
Bella Mistura ,
que me honrou com a deliciosa surpresa
em ser destaque no Blog Bella Mistura.
Re, você já tem lugar cativo no meu
coração. !
(By Daniele Vasques)

10/26/2006

Brasil



A fome tem rosto
E não tem morada,
É fácil de ser encontrada.
A hipocrisia também,
Tem endereço certo,
E está sempre por perto.

A fome tem pressa,
Mas não tem vintém.
Vive da "caridade",
Que a hipocrisia detém.

A hipocrisia é morosa,
É ardilosa, é cerebral,
Vive do devaneio,
Pseudo intelectual.

A fome é cabisbaixa,
É humilde, é servil.
A hipocrisia é altiva,
É orgulhosa, tem ritual.

A fome é esquálida,
É degradante,
A fome dói,
A fome mata.
A hipocrisia é bem nutrida,
É bem nascida,
É instruída.
A Fome tem nome,
E o seu nome é Brasil.

(By Daniele )

10/24/2006

Um Dia...



Um dia...
quando lançarmos nosso olhar,
na direção da popa de nossas vidas...
Saberemos a verdade.
Haveremos de nos arrepender da
dura arrogância dos tempos ensolarados...
Haveremos de lastimar o radicalismo
das nossas pretenciosas convicções.

Um dia...
quando diante do espelho mirarmos
a decadência que o tempo nos impos...
Haveremos de verter lágrimas,
não pelo que fizemos, mas pelo que
deixamos de fazer.

Um dia...
nos veremos no horizonte de nossas
memórias, ainda jovens, egoístas, plenos
de certezas e vazios de compaixão...
Haveremos então, de repudiar mesmo que
tardiamente, o recuo que nos recusamos a dar.

Um dia...
quando a escuridão se apossar de nossos
olhos, quando o ar que desatenciosamente
respiramos, nos abandonar...
Haveremos de em um gesto, estender nossas
mãos em busca de outras mãos...
Haveremos em um delicado gesto,
balbuciarmos nossos nomes...

E quem sabe então,
descobriremos o mistério da Vida.
(By Daniele Vasques)

10/19/2006

Caminho Entre o Amor e a Arte!



Não sei se a estrada é torta
ou meus passos é que são.
Só não vou desistir de caminhar.
Não censuro meus pensamentos,
mesmo quando impuros.
Eu sei que vivo entre o Amor e a Arte.
Porém, me nego esses sentimentos neutralizar.
As vezes me pego divagando,
sonhando sem construir.

Levantando castelos na areia ou no ar.
Me nego, no entanto, não conjugar o verbo amar.
Não sou dona das certezas,
nem estou presa as dúvidas.
Não me vejo plena de ideais,
Não me vejo um anjo torto.
Quem sabe um pouco sonhadora?

Caminho entre pedras,
as vezes sobre campos de areia,
e me deixo a beira mar...
Quem sabe encontre algum arrecife salvador,
escondido em alguma fortaleza perdida?
Sei apenas que é preciso caminhar...
Entre castelos de areia ou castelos no ar.
Trago na alma raízes contenciosas,
E me permito conjugar o verbo "Amar".

(by Daniele Vasques)

10/13/2006

Camille Claudel, Une Artiste Magnifique!



Minha justa homenagem para a maior
escultora de todos os tempos, a genial
Mademoiselle Camille Claudel, (1864-1943).
Cuja obra não se pode desvincular da vida.
Porque fora através da sua dor pessoal,
transposta a sua arte, que Camille Claudel
deixou um legado incomensurável,
nas suas antológicas esculturas,
ora em bronze, ora em gesso.

Camille Claudel, nasceu em Aisne (França),
filha de burgueses, já na infância mostrava
seu talento nato, quando esculpia em ossos.
Seu pai logo percebe o seu talento, e envia
Camille a Paris, para estudar com o seu
primeiro mestre, "Alfred Boucher", e
posteriormente Camille se torna
discípula de "Auguste Rodin".

Ja no início do seu trabalho como aprendiz,
junto a Auguste Rodin, e diante do encantamento
pela genialidade de Camille, ela colabora na
execução, das obras máximas deste,
"Portas do Inferno" ( Les Portes de L'enfer)
e do monumento "Os Burgueses de Calais"
(Les Bourgeois de Calais).

Camille se envolve afetivamente com Rodin,
e começa claramente a sobrepujar o mestre,
na magnitude de suas obras.
Rodin percebendo que a discípula
supera o mestre, começa um levante,
já que tinha grande influência na época, no
qual ninguém mais adquire obras de Camille.
Como ficou registrado nos anais da história
por Octave Mirbeau, Mathias Morhardt,
Louis Vauxcelles (todos grandes críticos da
época) e por Eugene Blot (fundidor).

Eugene Blot organizou duas exposições das
obras de Camille, com o intento do benefício
financeiro, nas quais obtiveram
grande sucesso de crítica.

Ainda pairam dúvidas no que tange a
autoria, em muitas obras de
Auguste Rodin, porque além de possuir um
atelier repleto de pupilos, a obra de Rodin
sofre uma eclosão quando Camille
começa a participar.

Camille nesse amor tumultuado por Rodin,
nessa genialidade que a permeia, vê-se só,
sem conseguir vender suas obras,
afastada de sua família, na plena miséria.
O que desencadeia uma série de
"perturbações", em que esta, destrói
uma grande parte de sua obra.

Em um sociedade arcaica, paternalista, em que
as mulheres quando expunham seus sentimentos
de uma forma havida como nao convencional,
eram rotuladas, como "insanas".
E assim se deu com Camille Claudel,
logo após a morte de seu pai,
no dia 10/03/1913, seu irmão Paul Claudel
(diplomata e poeta, que serviu no
Rio de Janeiro), a internou no manicômio de
Ville Evrard. Com o advento da primeira
guerra mundial, levou-a a ser transferida
para Villeneuve les Avignon, onde permaneceu
internada por 30 anos, até a sua morte
em 19/10/1943.

"Camille Claudel, sua forte personalidade,
sua magistralidade inigualável,
sua intransigência, seu gênio criativo que
ultrapassou a compreensão de sua época,
permanecerá ainda e sempre um
Sumo Mistério." Como afirmou Eugene Blot.

A magnitude da obra de
Mademoiselle Camille Claudel,
se faz presente em todos os aspectos.
"Jamais alguém esculpiu a sua própria
dor como Camille o fez, em gesso ou bronze.
A dor e a sensualidade permeiam a sua obra,
bem como a sua sensibilidade a flor da pele."
Para quem queira saber um pouco mais,
sobre a arte de
Camille Claudel.

Camille Claudel...et le genie se fit sculpteure!

Abaixo algumas obras de
Mademoiselle Camille Claudel.



"A Arte (em todas as suas vertentes), é uma
profunda fonte de embasamento, pois quando
estamos nos deleitando com esta, ela nos remete
a uma época da história, bem como a fatos
históricos de suma importância."
(By Daniele Vasques)

PS:- Eu já havia publicado esse texto sobre
Camille Claudel, em agosto, porém como sabem,
mexeram indevidamente no meu blog e retiraram
os arquivos do mês de agosto. E como fã ardorosa
da obra de Camille Claudel, estou republicando
o meu texto.

10/11/2006

Feitiço de Complementares...



E se evidenciasse que há um
lugar metafísico e distante,
onde se conhece o entendimento
oculto do que se passa a volta.
Onde a presença altera o campo espacial,
é o bastante para a forma,
moldada pela atraçao sensível.

Sentidos etéreos sublimam, tornando-se
latentes por essa força.
Lirismo e Poesia, ocultados sob a
lógica cartesiana, transparecem.

Então, em meio ao caos complexo de idéias,
suave e lentamente evidencia-se o belo interior,
imanente de ideais universais e puros,
regido por esse sentimento, que denominamos Amor.
(By Daniele Vasques)

10/08/2006

Gesto Concreto...


Não quantifique meu carinho por
quantidade de palavras...
Não quantifique meu amor por
letras derramadas em folhas de papel...
Não quantifique minha saudade...
Nunca haverá esquecimento...
Só se esquece o que não tem valor...
O que ficou tatuado no coração
seguirá sempre nossos passos...
Onde quer que vá, você irá comigo...
Onde quer que durma,
sonharei com você...
Onde quer que chore,
lembrarei do seu sorriso...
Mil palavras podem
ser ditas ou escritas...
Mil promessas podem ser feitas...
Mil vezes posso dizer, prometer e escrever...
Mas apenas o gesto é concreto!

(by Daniele)

Mimos!

Esse mimo tão especial eu ganhei da
minha Amada Amiga Regina do
Blog
Mundinho da ReLua.

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No dia 06.10 a Amada Amiga Regina,
completou mais um ano de vida. Re eu já
lhe desejei Feliz Aniversário, mas volto
a desejar, muita paz, saúde, amor, felicidade.
Tudo o que possa haver de melhor para ti,
minha amada amiga. Pois você merece, pela
sua candura, pela sua ternura, pela sua
veracidade, pelo seu coração tão nobre e
pela amizade que sempre demonstra permeada
ao amor, elemento intrínseco a ti!
Te Adoro Minha Amada Amiga Re!

--------------#---------------

Esse Mimo Muito Especial
eu ganhei do
Blog
Entre Amigos.



Esse Blog é muito lindo, ele tem como escopo,
a confraternização e a ajuda das pessoas,
através de uma mensagem de carinho, de apoio,
de amizade. Muito me emocionei com o gesto de
vocês e claro que eu sei quem me indicou (sorrisos).
Obrigada Iara, obrigada a todos que estão junto ao
Blog Entre Amigos e obrigada Maninha Amada!
Continuem com esse trabalho lindo, levando
amizade, carinho a todos que necessitam.
Afinal na vida é isso que deixamos,o bem
que fizemos e o amor que plantamos.

----------------#-----------------

Ganhei outro presente lindo da
Minha Amada Mana Cris Couto do
Blog
Pedacos de Mim.



Minha tão Amada Mana Cris,
obrigada pela ternura, pela amizade,
pela irmandade, pelo carinho, pelo
tempo, pela preocupação, pelos sorrisos
que tira de mim nas horas mais difíceis.
Você é um dos anjos que o Senhor colocou
na minha vida. E eu só posso agradecer,
por ter anjos tão maravilhosos como tu.
Te Amo Demais Maninha!
(By Daniele Vasques)

10/05/2006

Tua Ausência...


Eu ainda posso sentir o teu corpo sobre o meu,
essa pele, esse cheiro, tudo impregnado em
mim, acho que mais em ti, como uma nódoa.

Eu olho para o chão e para o céu, para a
e para os carros, para a cama e para a
mesa. Em todos os lugares o teu espectro
me espreita. Ainda hoje acho teus cabelos
em minhas roupas, sua boaca em minha
boca, seu olharm no meu olhar. E quanto
mais me afasto de ti, mais te encontro.
Acho que estou vivendo em Strawberry
Fields, na Apoteose da ilusão.

Então me perfumo, mas não adianta,
porque acabamos cheirando aquilo que
nos frequenta, no meu caso, você.
Quando você me tocou pela primeira
vez, não senti grande coisa, não queria
sentir, e você, dissimulando, ficou a
minha frente, deixando que,
aos poucos, sua sombra
me fosse devorando.

Tantos momentos marcantes,
e tão displicentemente.
Tantas palavras e juras de amor
infinitamente efêmeras.
Tantos sentimentos inesquecíveis e
profundamente sentidos por mim...
Queria te relegar aos desprezíveis
pampas das lembranças vãs.
Mas como? Tua lembrança e
algo incontrolável,
e inexplicavelmente nobre.
Não por você, mas por mim mesma,
pela nobreza do que sinto por ti.
Só sei que queria te esquecer,
ao menos por alguns minutos!
Esquecer da maneira como você me
chamava de meu amor, esquecer da
sua risada de criança, esquecer do seu
olhar sempre perdido no passado,
esquecer do seu jeito insano
de me devorar plenamente.

Mas você está ausente.
Não.! eu estou ausente...! Estou
ausente de mim, porque neste
momento, tudo de mim está em
você! Meu olhar, meu sorriso,
meu afago, meu pensamento,
minha alma, tudo está em você,
como se fosses um demônio e tivesses
vindo apenas para me dissipar.
E sinto tanto... Embora ache que as
sensações é que estão me sentindo,
tamanho o vazio em que estou, o
grande vazio da sua ausência presente.
Que Deus me perdoe, mas é como se eu
fora uma bárbara adorando um deus
pagão, nas noites claras e nos dias
cinzas, num black sabbath eterno.

Tudo em mim, agora, é aparência,
apenas uma carcaça gasta,
escondendo um resto de alma
escurecida e gasta. Meus sorrisos,
meus cumprimentos, minhas falas...
Tudo um grande teatro de emoções,
inefáveis pela própria inexistência.
E, ainda assim, sabendo que estas em
outro mundo, com outros interesses,
com outras pessoas, te espero!
Te espero em cada soar da campainha,
do telefone! Não uma espera ansiosa,
mas lívida, por saber que nunca
mais vais aparecer, nem que seja só pra
devolver a sanidade que me roubaste...
E, então, apenas sigo, me esforçando
para não parecer uma estátua de sal,
procurando conhecer novas pessoas.
Mas tudo o que consigo é conhecer
outras estátuas de sal, com certezas
inequívocas sobre coisa nenhuma.

Talvez seja melhor ouvir um blues!
Só quem já perdeu a alma alguma vez,
pode sentir e entender o blues!
Old love, leave me alone!
Apenas um resto de nuvem, alvíssima,
passeia pelo meu céu blue.
Meu sangue é branco, meus olhos são
brancos, tudo é branco, exatamente
da cor do meu colo, onde você
repousava a sua alma
de guerreiro vencido.
Momentos...
Momentos vivos apenas em mim...
tudo em preto e branco...!

(By Daniele)

10/02/2006

Acalento Noturno...


Mais uma vez dei asas a imaginação...
O tempo me parece infinito,
a vida é plácida e a paz é real...
é assim que me sinto...
Nada de pressa ou atropelo...
Apenas o zelo pelos meus sentimentos
e pela alma que é luz em minha vida...
Não preciso partir...
Não preciso voltar...
Não preciso de destino...
Meu lugar é aqui...

Agora que a noite se vai...
Agora que o sol rasga o horizonte...
Permaneça em paz minha alma...
Pois a luz da manhã me diz que é
hora de voltar ao meu aconchego...
O sol que invade minha janela e faca
que corta a tênue linha que me liberta...
Não há porque ser triste...
Logo o sol irá dormir...
Logo a noite irá chegar...
E na rota das estrelas
minha alma há de voar.
Pois enquanto houver noite,
enquanto houver madrugada...Poderei
dormir com meus sonhos até o dia clarear.

(by Daniele)