5/29/2007

À flor da pele

Sou a bailarina
das palavras adversas,
dos versos controversos.

Sou a que dança no fogo
secretamente, trazendo
luz às noites sem luar.

Sou o vento que balança
a folha solta, nos entremeios
tortuosos da trama que teço.

Sou a pena que conduz
a meia luz, letra à letra
em um íntimo bailado.

Sou a amante do verbo
adornado pela emoção,
pincelado por sentimento.

Sou a poesia cadente, livre
fluindo entre as linhas
em rimas de esquinas.

Sou a essência do sentir,
sensibilidade aflorada
em que não há fim.

(by Daniele)

5/27/2007

Lançamento da obra "Almada Gente Nossa II Volume", do escritor e poeta Artur Vaz

Foi lançado no passado dia 19 de Maio, na cidade
de Almada, o mais recente trabalho literário do
escritor e poeta português Artur Vaz., com o
título ALMADA GENTE NOSSA II Volume.

Membro ativo do espaço mulheres de preto, Artur Vaz
reúne nesta sua obra um conjunto de 27 entrevistas
a personalidades ligadas ao desenvolvimento
social e cultural da cidade de Almada.


Contando com a presença de destacadas individualidades
do movimento cultural e associativo desta linda e
próspera cidade, famosa pelo seu magnífico monumento
erigido ao Cristo-Rei, Almada não quis deixar de prestar
homenagem a um dos seus mais promissores escritores.


O Comendador da Ordem da Liberdade Dr. Alexandre
Castanheira,
prestigiado escritor (autor do prefácio)
na apresentação da obra exaltou
«a persistência de
Artur Vaz quando ainda jovem no Jornal de Almada
(com dezesseis anos) se iniciava na escrita, sujeitando
se à força destruidora da censura totalitária, mas que
corajosamente foi-se impondo com determinação ao
ponto de hoje ser considerado um dos valores
literários almadenses.»

Realçando a valia deste projeto iniciado em 2001 sob
a responsabilidade editorial da Junta de Freguesia de
Almada,
José Manuel Maia Presidente da Assembléia
Municipal de Almada, em representação do município,
apelou ao escritor
«para avançar quanto antes com o
terceiro volume, pois Almada merece ser homenageada
pelos seus melhores filhos.»

Perante isso, Artur Vaz na sua brilhante intervenção,
várias vezes aplaudida, foi peremptório ao afirmar:

«Linguarejar sem razão, só porque se deve preservar a
imagem do nosso credo político, não é essa a nossa
conduta.


Entendemos que a expressão escrita é muito mais firme
e incisiva quando o nosso pensamento desliza na magia
certeira das palavras, sem descurar ao criador o sentido
da sua mensagem no próprio povo.»


Tendo como objetivo a preservação da cultura como
algo de muito valioso para o legado a deixar às gerações
vindouras,
o escritor e poeta Artur Vaz tem já em fase
adiantada para publicação uma
antologia poética por si
coordenada, dedicada à poetisa açoreana
Natália Correia,
na qual estão representados sessenta e quatro poetas,
dos quais se salienta a participação de onze poetas
brasileiros.



A foto acima, foi tirada na ocasião do lançamento da obra
ALMADA GENTE NOSSA II Volume. O escritor Artur
Vaz
usando da palavra, ladeado à direita pela pintora
Marina Fátima e à esquerda pelo Engº Fernando Mendes
(presidente da Junta de Freguesia de Almada)
editora da obra.

5/24/2007

O meu eu...

A minha querida amiga e poetisa Vera Silva,
do
Blog Palavras Soltas, lançou-me outro
desafio, "O meu eu..."


Eu quero...paz, amor, tolerância, justiça e muita saúde.
E principalmente tudo que possa haver de melhor
para o meu Amado Filho.


Eu tenho...uma necessidade voraz em ajudar a todos.

Eu acho...que todos os dias devemos nos aprimorar.

Eu odeio...injustiças, discriminações e pessoas nocivas.

Eu sinto...um amor sem fim pelo meu semelhante.

Eu escuto...música 24 horas por dia.

Eu cheiro...o amor.

Eu imploro...por um mundo melhor.

Eu procuro...sempre me aprimorar. Evoluir, aprender,
ter mais humildade, prudência, sapiência ante a vida.
.

Eu arrependo-me...de não ter tido mais filhos,
mas quem sabe ainda terei.


Eu amo...avassaladoramente meu filho e meu semelhante.

Eu sinto dor...quando vejo meu semelhante sofrendo.

Eu sinto a falta... do meu Pai.

Eu importo-me...demais com todos, indistintamente.

Eu sempre...amei as artes.

Eu não fico...com pessoas frívolas e imprudentes.

Eu acredito...na força do amor e na fé.

Eu danço...o tempo todo, é uma necessidade vital.

Eu canto...sem o menor pudor, mesmo sendo desafinada.

Eu choro...por quase tudo, sou extremamente emotiva.

Eu falho...inúmeras vezes. Sou humana.

Eu luto...por tudo que acredito.

Eu escrevo...por paixão.

Eu ganho...o que mereço. Não posso reclamar.

Eu perco...a paciência com pessoas que não respeitam os
seus semelhantes, pessoas que não medem os seus atos
e, principalmente com pessoas sem educação.


Eu confundo-me...quando várias pessoas começam
a falar simultâneamente tolices.

Eu estou...sempre com vocês no meu coracão
e nas minhas preces.

Eu fico feliz...quando posso ajudar meu semelhante.

Eu tenho esperança...em um futuro melhor,
com igualdade, amor e justiça.


Eu preciso...ter mais tempo para mim.

Eu deveria...ser menos preocupada.

Eu sou...um ser humano, sujeito a erros e acertos.

Eu não gosto...de pessoas que tenham o hábito de
falarem mal das outras.


(by Daniele)

5/22/2007

Artur Vaz

PORTUGAL

Pelas minhas veias
corre o meu país.
Nos meus braços
nascem as suas pontes.
Amores que se semeiam
em fecundos ventres,
que ao parir
dão vida e alegria.

És Sol, na madrugada.
Cravos vermelhos
sobre verde e esperança,
mar de gente, que fervilha
na liberdade,
que se alcança.

És progresso
e futuro,
que se deseja.
A certeza do querer,
e da entrega.

Bandeira, que se agita
à memória do tempo,
na razão de se dizer,
que somos povo,
e por isso, se respeita.

ARTUR VAZ

Extraído do livro “Trilhos de Poesia”, 2003

5/17/2007

Frenesi

Qual chaga,
consome, traga,
violando sentidos
em sustenidos,
catalizando desejos
em bemóis.
Arpejos soam
na volúpia voraz.
Acordes ressoam
nos toques lascivos.
Vibratos inundam
corpos sedentos,
mares de delícias.
Sorvendo carícias impuras,
percorre minha pele nua, crua.

(by Daniele)

5/11/2007

Meu Filho Amado

E veio um vento
que assenta dentro.
E veio um dia
que ao olhar ardia.

E veio o Amor
da suave pena,
serena sorte,
da doce cena
ao profundo corte.

Amor
inabalável, intenso,
incondicional, eterno.

Amor
do não saber o quanto,
do não saber o tanto,
do não saber por que.

Do só saber...
Você...Meu Filho.

"Dedico ao amor maior da minha vida, Meu Filho, que
desde o meu ventre vem me conduzindo na magia, na
beleza, na alegria infinita, indescritível em ser Mãe"

P.S.:Meu agradecimento à duas amigas amadas, Betty do
Blog Betty e Lênia do Blog Fúria das Aguas, que com
imenso carinho citaram esse espaço em
seus respectivos blogs.


Deixo o meu carinho e admiração à todas as Mães,
biológicas ou não. À todos que mesmo não tendo filhos,
já se doaram a outro ser humano incondicionalmente.
Que Deus abençõe à todos e nos de discernimento
na criação dos nossos pequenos, para que as
gerações vindouras façam do amanhã um
mundo melhor, pleno de amor, paz e,
todos os sentimentos nobres que
povoam o Ser.

Feliz dia da Mães!

(By Daniele)

5/07/2007

A Magia do Jazz

Apaixonada sou pelo jazz, não poderia deixar de fazer
um post sobre esse movimento musical tão belo e
marcante que proporcionou o surgimento de
vários estilos musicais, incluindo a "Bossa
Nova",
que vem a ser uma fusão do samba
com o jazz, foi assim que o Magistral
João Gilberto criou a nossa Bossa
Nova, dedilhando em seu violão
acordes do jazz e samba.


No início do século XX, New Orleans era um caldeirão
de raças, povos e credos. Todos praticavam as suas
próprias tradições musicais. Tudo se ouvia, ópera,
folk songs, flamenco, marchas prussianas, cancões
napolitanas, melodias cubanas, ritmos africanos,
blues, spirituals, shouts, ragtime e tudo
o mais que fosse musical.

New Orleans era a capital do jazz e sua importância
se estendeu até os anos trinta, de lá surgiram a
maioria dos grandes músicos de jazz.


As razões eram: pelo cultivo da tradição franco
espanhola, pela existência de duas diferentes
populacões negras, a americana e a creole,que
gerava uma série de tensões que excitavam a
criatividade popular, presença de uma rica
atividade musical européia, popular e erudita.


A influência franco - crioula na vida da cidade era
marcante e sem ela a atividade jazzistica não teria
o seu brilho. Os creoles falavam um francês bastardo
para se diferenciarem dos negros americanos e
constituíram o contingente mais importante
da música de New Orleans.


O estilo de New Orleans se caracteriza por três
linhas melódicas que se contraponteiam, executadas
por um piston, um trombone e uma clarineta.


O instrumento líder é o piston, o trombone orienta
o seu contraponto e a clarineta ornamenta o toque
de ambos com uma agíl condução melódica. Esses três
instrumentos melódicos são apoiados pela base rítmica
formada pelo contrabaixo ou tuba, bateria, piano,
banjo e guitarra. A música de New Orleans era
conhecida como hot, pelas suas características
de sonoridade, articulação, vibrato, entoação
e principalmente por uma viva
execução individual.

"Fazer jazz significa assumir um risco, de se
confrontar com o silêncio e preenchê-lo com
um discurso inédito e próprio, o risco de ser
um "compositor instantâneo", como dizia
Charles Mingus, o mais influente
contrabaixista do jazz moderno.


Na metade do século XX entra em cena um do maiores
jazzistas de todos os tempos, Miles Davis, reiventando
o jazz. Participou do bebop e fundou o jazz acid, fusion
e o cool jazz
(o cool se dá quando as formações maiores,
permitem arranjos orquestrais). O som de seu trompete
foi único. Poucos músicos conseguiram usar momentos
de silêncio em seus solos como
Miles Davis. Quase
sempre sem vibrato (efeitos de oscilação do som)
e com o uso da surdina, tocava frases musicais
curtas de forma macia. Miles e outros ícones
do Jazz e do Blues certamente serão o foco
dos meus próximos posts.

Referências:

1- Jazz: das Raízes ao Pós-Bop
Pellegrini Augusto
Editora: Códex


2- Jazz
Bellest Christian, Malson Lucien
Editora: Papirus

3- Descobrindo O Melhor Do Jazz
Stroff M. Stephen
Editora: Ediouro

"Mergulho no jazz, nas notas, no jam, na poesia
musicada.O Jazz como o Blues tem o seu lado
contestador, silencioso, reflexivo. Ambos são
gritos da alma. E assim caminho, tentando
acreditar e não me contaminar..."


O jazz continua mais vivo do que nunca, com sua melodia
única em que o swing e a improvisação são constantes.
Deixo abaixo uma das minhas músicas prediletas,
"In A Sentimental Mood", com dois ícones do
jazz: Duke Ellington ao piano e John
Coltrane no saxofone.

(by Daniele)


5/05/2007

Poema de Artur Vaz

É com imensa honra que a partir de hoje esse
espaço conta com a presença do ilustre escritor
e poeta português, Artur Vaz. Premiado em
vários concursos literários, foi galardoado,
em 2002, com o Prêmio Ensaio LASA no IV
Concurso Literário Internacional Maria
Barbosa du Bocage, com um ensaio biográfico.


Em 2003 foi distinguido, pelo Município de Almada,
com a Medalha de Prata de Mérito Cultural. É sócio
da Associação de Cidadania de Cacilhas. Está
referenciado em várias antologias literárias.


Artur Vaz tem contribuído com seus valiosos
escritos em vários sites:

------>O Pharol<------

------>Versos Mineiros<------

------->Debaixo do Bulcão<-------

E agora passa a ser membro cativo desse espaço.
Meu amigo estimado Artur, seja muito bem vindo,
é uma honra infinita receber a sua colaboração.


Abaixo segue a poesia de Artur Vaz, cujo
título é : "Deserdado da Vida"



Deserdado da Vida


A um amigo...


Vivo pobre sem carinho

repudiado pela sociedade

aquela que costuma ser superior

a tudo o que nela existe.

Não tendo o conforto de ninguém

habito numa mágoa profunda

dum sofrimento longínquo

que no meu coração entrou.

Caminho por estradas imaginárias

julgando-me o herói

das batalhas que eu enfrento

da minha curta ilha

que a sociedade me deu.

Alimento a minha dor com o suco

aquele suco gástrico e amargo

que do meu sofrimento nasce

em plena complexidade.


Meus cabelos sujos e mal cheirosos

minhas roupas podres e mal cheirosas

meu corpo negro e chupado,

numa escassa folha é desenhado,

p’ra mostrar ao mundo ignorante

que nele a fome a miséria

já é bastante.

Minhas pernas esguias e torcidas

meus olhos saídos das pálpebras

minhas roxas e macias

fazem de mim um espectro.


Fui deserdado da vida

que fez de mim um inútil,

que sobrevive por favor

num bocado de terra negra,

onde só há maldade

em vez de nascer amor.

ARTUR VAZ


Extraído do livro “Poemas”, 1994

5/01/2007

Desvario

Elos cravados,
sólidos, demasiados,
infinitos, perpetuados.
Toques profanos,
sacros, inquietantes,
sedentos, delirantes.
Sentimentos densos,
tatuados, intensos,
incomensuráveis,
percorrem corpos,
infiltram poros,
navegam mares,
naufragam males.
Almas gêmeas
em desvario.

(by Daniele)