
Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón
nasceu em 1907,no México. Sua vida foi marcada por
tragédias, as quais retratou em suas magníficas
obras. Aos 6 anos contraiu poliomelite, o que a
deixa coxa. Na adolescência, quando passeava,
um bonde a atropelou. Por causa deste episódio,
Frida passou por inúmeras cirurgias, que culminaram
em fazê-la pintar durante a convalescença.
Mais tarde,conhece e se apaixona por Diego Rivera,
um dos maiores pintores mexicanos e um dos
protagonistas do muralismo mexicano, juntamente
com Orozco e Siqueiros.Rivera revela-se empenhado
politicamente. A sua militância comunista reflete-se
claramente nas temáticas da sua pintura. Rivera
pinta o povo índio em toda a sua dimensão social
e histórica, de uma forma profundamente idealista
e utópica. Em termos formais "...os trabalhadores
das suas obras ainda revelam as suas influências
clássicas. Inicialmente pintadas de uma forma
bi-dimensional, as suas figuras "ganharam corpo",
tendo em conta os afrescos italianos da Renascença
e as suas próprias experiências cubistas".
A vida de Frida e Diego é extremamente tumultuada.
Diego sempre manteve casos extraconjugais e Frida
compensava as traições do marido com amantes.
A maior dor de Frida, além da dor por Diego não lhe
ser fiel, era a impossibilidade de ter filhos
(embora tenha engravidado uma vez, as
sequelas do acidente sofrido, impossibilitaram-na
de levar a gestação até o fim), o que fica claro
em muitas de suas obras.

A aparente brutalidade de Diego faria a mãe de
Frida comentar (desgostosa com a união dos dois)
"É o casamento de um elefante com uma pomba".
A honestidade bonacheirona do muralista também
não se faz visível, no instante em que ele pediria
a mão da intrépida retratista, prometendo não
"fidelidade" mas sim "lealdade".
Prometendo e não cumprindo, Rivera, nos seus
arroubos de mujeriego, não perdoaria nem mesmo
a irmã de Frida, Cristina. Ou na ocasião em que
a jovem artífice aborda o consagrado artista e
lhe pede uma opinião sincera sobre suas telas.
Diego, no melhor estilo fatalista-vocacional,
sentencia: "Se você for pintora de verdade,
nunca vai conseguir parar de pintar,
vai pintar até morrer". Ao que Frida retruca :-
"Mas eu preciso trabalhar para sustentar meus pais
(eis a família aí, novamente) e, se não for boa o
suficiente, preciso me dedicar a outra profissão".
Lógico que era ótima. Tanto que o surrealista
André Breton viria ao México implorar para que
expusesse em Paris; o Louvre aceitaria uma pintura
de Frida. (A primeira da América Latina);
e os Estados Unidos a homenagearam com um selo
comemorativo (o primeiro dedicado a uma mulher
hispânica).
Mas Frida se faria célebre antes que a
consagração a alcançasse, (apenas na década
de 80 do século XX). Aqui nos reportamos ao tempo
em que, já separada de Diego,abrigaria na Casa Rosa
(hoje Casa Azul), um refugiado ilustre, Leon Trotski.
Para quem, antes dos 20 anos, discutia o viés
político de Hegel (tendo passado por Marx) e lia
Schopenhauer, alternando-o com Spengler,
fluentemente, a visita de um dos heróis da
revolução russa tinha algo de grandiloqüente.
No fim, casou uma segunda vez com Rivera,
que seguiu venerando-o.
Participa da primeira exposição de sua obra
em seu próprio país, onde um Diego comovido
reconhece a companheira como "o maior
acontecimento de sua vida". Cada vez mais
debilitada, Frida chama Diego, no meio da noite,
e o presenteia com um anel por seus 25 anos
de casados (contabilizando idas e vindas).
Rivera, sem entender, reagiria dizendo que a data
não era exatamente aquela, faltavam duas semanas,
mas Kahlo insistiria em festejar suas bodas de prata.
De algum modo, sabia que não lhe restava muito
mais, falece naquela mesma noite, a 13 de julho
de 1954 de embolia pulmonar.
A última frase do seu diário :- "Espero alegre a
saída - e espero nunca mais voltar - Frida".
Talvez Frida não suportasse mais.
Frida sempre pintou a si mesma, suas angústias,
suas vivências, seus medos e principalmente seu
amor por Diego Rivera.
"Eu me pinto porque estou muitas vezes sozinha e
porque sou o assunto que conheço melhor".
(Frida Kahlo)
Os seus quadros refletiam o momento pelo qual
passava e, embora fossem bastante "fortes",
não eram surrealistas como Frida mesmo disse:-
"Pensaram que eu fosse surrealista, mas nunca
fui. Nunca pintei sonhos, só pintei minha
própria realidade". (Frida Kahlo)
"La tragedia es lo más
ridículo que tiene ?el hombre?
pero estoy segura, de que los
animales, aunque ?sufren?,
no exiben su ?pena?
en ?teatros? abiertos, ni?
cerrados? (los ?hogares?).
Y su dolor es más cierto
que cualquier imagen
que pueda cada hombre
representar? o sentir
como dolorosa".
(Diário de Frida Kahlo)
Referências:-
Lowe M. Sarah. O Diário de Frida Kahlo.
Editora José Olympio.
Frida Kahlo deixou um diário que foi
publicado no Brasil pela Editora José
Olympio com introdução de Carlos Fuentes,
cometários de Sarah M. Lowe, e tradução de
Mário Pontes. Eu indico a todos que
adquiram essa obra pois é riquíssima em
todos os aspectos. Em que se conhece, uma
Mulher Genial, que foi um dos expoentes da
sua geração, que deixou um legado enorme,
e também se conhece o amor que regia
Frida Kahlo. Uma mulher fortíssima,
uma guerreira, que soube retratar as
dores que lhe foram imputadas,
com uma beleza rara.
(By Daniele Vasques)
Eu fiz com muito carinho, com muito respeito
e com muita admiração esta página sobre
Frida Kahlo. E procurei ser plenamente
fiel na tradução ao que Frida escreveu.
Para quem queira ver alguns esboços
e trechos do Diário de Frida Kahlo,
bem como alguma das suas pinturas,
basta clicar abaixo:-
----------> Frida Kahlo <----------
Este Post eu dedico a todos os amantes da arte.
Dedico a todos que confraternizam comigo
diariamente, construíndo uma amizade permeada
por tudo que há de melhor.
E Dedico ao Amigo e Artista Tó Luis do
Blog Galeria De Pintura Tó Luis.
E quero fazer um agradecimento especial
a minha amiga, a uma pessoa de uma
generosidade ímpar, a Regina, do Blog
Bella Mistura ,
que me honrou com a deliciosa surpresa
em ser destaque no Blog Bella Mistura.
Re, você já tem lugar cativo no meu
coração. !
(By Daniele Vasques)