6/09/2007

Vagueando


Vagueio

p’la areia da praia sombria

olhando o mar ao longe

com o seu embalar melódico

que parece ir embalando

meu coração tristonho

e frio como a areia

que os meus pés vão pisando.

Vagueio,

dentro da minha imaginação

como estivesse perdido no infinito

sem ter uma rota certa

que levasse ao encontro

dum corpo por mim desejado.

Vagueio,

na escuridão da noite fria

por entre ruas desertas

duma cidade solitária

onde o abandono é a farsa

duma tristeza constante

e severina.


ARTUR VAZ


in: “Poemas”, editado em 1994

21 comentários:

A.S. disse...

Vagueias p´la areia da praia sombria,
Olhando o mar ao longe...
Fechas os olhos de espanto
e na avidez de tanto amares,
descobres no imenso abismo azul
montes de páginas em branco
que um dia escreverás
em bordados de espuma
com as cores dessa tua paixão!



Para ti Daniele... com um terno beijo!

Unknown disse...

Lindíssimo!
Quem escreve assim não terá certamente um coração frio.

Um beijo

Daniele disse...

Meu querido amigo, companheiro de blog e poeta Artur,

Vagueio ínvia
por entre sombras
amorfas, sem rota,
nas noites frias,
escurecidas.
Vagueio no tempo ínvido
das palavras indizíveis,
mirando o universo desconexo
em um abandono invito.

Beijos,
da amiga e admiradora,
Dani

Anônimo disse...

Belo poema do meu grande amigo e companheiro de escrita Artur Vaz.
Escritor e poeta de forte tenacidade, as suas poesias, bem como a sua prosa (crónicas,ensaio e investigação histórica) fazem dele uma referência nas letras.
Tenho acompanhado bem de perto a sua intervenção literária e como tal é justo que se diga como é grande a sensiblidade e o rigor na sua escrita.
Como jornalista é com orgulho que vejo que o Artur Vaz já conquistou a vossa admiração e que tem no Brasil, através do vosso Blog um grande número de leitores.
Isto é um exemplo como Portugal e Brasil podem alargar laços de fraternidade e solidariedade com a escrita.
Parabens à poetisa Daniele Vasques e ao Artur Vaz por esta simbiose literária.

Anônimo disse...

Olá. Gostei do Poema. Eu cá ando Vagueando pelo mundo do trabalho. Um beijinho e votos de um bom fim de semana

o alquimista disse...

Saberás, que as palavras, soltas ditas ao triste e leviano acaso, são um rio de sal, desenganos, viagem que desagua em embaraço. Porque existem sempre palavras ditas, por toda a santa gente, doces, amargas, arrasadoras, em boca de quem muita vez mente.
Uma palavra solta da boca impura, é monstro que afugenta a luz, sortilégio de negro anjo, o lado mais escuro da lua que a alma seduz...


Bom domingo


Doce beijo

Anônimo disse...

Alma Irmã
Machado de Carlos
http://ilove.terra.com.br/autores/TEXTO.ASP?idpi=172

Navegava na tempestade fria;
Procurava quem me ensinasse o Sol.
— Oh! – Como eu era triste! Como sofria!...
Acolheste-me no teu amor maior.

Na tua meiguice vi o claro do dia;
Tudo se floresceu ao derredor!
Passei a viver horas de fantasias;
Hoje a minha vida tem mais cor...

No meu jardim cultivo uma rosa;
Ouço tua música!... Minh’alma cora!...
Tuas letras d’ouro... já sei de cor!

Peço a Deus, nunca esquecer teu perfume,
Com ele pude encontrar o lume,
Que me levará, um dia, ao teu esplendor!...

Carlos,

Ribeirão Preto, 24 de abril de 2002
10h35 min.

Guilherme disse...

Artur Vaz, nesta sua poesia há uma beleza melancólica. Belo poema!!!

Tina disse...

Vagueio numa tristeza constante.Vagueio. Quem sabe um dia me encontre.Quem sabe, um dia enccontrada, um dia feliz.

beijos minha querida,

Anônimo disse...

Artur Vaz levou-me junto em seu vaguear...

E foi bom!

Beijo

Klatuu o embuçado disse...

Um belo poema.
Dark kiss.

Anônimo disse...

Dani

Tem uma surpresa no encanto para vc!
Elisabete cunha

Anônimo disse...

Dani,
Deixei um comentário no post anterior a esse tá?

Linda poesia, coma todas aqui...
Parabéns a você e ao Arthur Vaz...
Beijo, Cris...

Profundamente disse...

Grandes poetas, é de admirar o dom com que gratificamente nos presenteiam.

Um abraço

Betty Vernieri disse...

Caro Artur
Diante do poeta uma reverência é preciso. Diante da poesia é só a entrega...
Com admiração e respeito.
Betty

Sheherazade disse...

Oi, Danilinda!
Vim aqui só pra te desejar que tenhas um Dia dos Namorados bem arretado, com direito a acoxo, xero no cangote e tudo o mais que vem depois ... rsrsrsrs.

Beijosssssssss

Fúria das Águas disse...

Minha querida amiga Dani, estou vagueando assim, lindo poema, parabens ao Artur Vaz.
Um beijo com carinho
Furia

Miosótis disse...

Definitivamente, eu não te mereço!
Não mereço tanto carinho que vc me dá...
Muito, mas muito obrigada mesmo pelo excelente poema do Chico que vc me deixou no meu cantinho.
Vc conseguiu me arrepiar toda.
Esse sim, é um verdadeiro POETA!!!
E a sua presença é uma grande honra para meu modesto cantinho.
E este poema que vc publica hoje...
sublime!!!
Deixo um grande beijo, repleto de carinho, ternura e encantamento para ti minha querida amiga.
Te adoro!!!

Tina disse...

Oi minha linda!

Fostes "flechada" lá no Blue Moon!

Passa lá para ver, aceitar, combinado?

PS:Não some não. Faz falta te ler, sabia?

beijos querida poetisa,

Anônimo disse...

Muito lindo o poema do Artur Vaz. O identifica como um poeta maduro.
Um beijo
Saudades
Naeno

Anônimo disse...

Quero agradecer a todos os vossos comentários e dizer-vos que muito me honra ser mais uma voz neste grande país de poetas, que é o BRASIL.
Para todos vós o meu reconhecimento e admiração, mas permitam-me que deixe aqui expresso uma grata palavra de solidariedade para a poetisa Elsa de Sousa, destacada jornalista e amiga de velhas tertulias culturais.
Em Portugal o blog Mulheres de Pretos já foi divulgado na imprensa escrita.
Para a poetisa Daniele Vasques, querida amiga, a minha gratidão pelo seu importante contributo em divulgar a minha obra junto de vós.
Do vosso admitrador
ARTUR VAZ